segunda-feira, 9 de junho de 2008

Hoje o tema descarta-se de filosofias subjectivas. Não porque me sinta conhecedora de verdades, nem capaz de tecer opiniões científicas sobre os demais temas badalares que assombram a educação em Portugal, mas porque apenas gosto de reflectir sobre as minhas crenças e de expressar a minha opinião, vou fazer do prazer um direito e escrever um pouco sobre a educação no nosso país.

Tenho de concordar que a minha opinião é um pouco facciosa e partidária. Em ocasiões particulares vi-me fustigada por muitos colegas quando, em plena audiência, aplaudi de pé a nossa grande Ministra da Educação. Fora radicalismos, até porque me considero apenas uma crente das minhas crenças, acredito que do poço que estava o estado da educação à uns quatro anos atrás, esta senhora tem feito muito também pelo crescente que temos vindo a sentir.

Ouvem-se acérrimos comentários sobre as condições educativas actuais, mas verdade é que se a educação é feita por três grandes fatias de um bolo, os professores, a escola e os alunos, apenas sobre primeiros se têm tecido comentários, esquecendo as outras grandes partes em falta. Analisando também estas fatias, parece-me que temos vindo a sentir um grande avanço nas condições dadas às escolas e principalmente aos alunos. Não só porque se criam novas e capazes infoestruturas e recursos, como se tem criado também um leque de novas e prometedoras condições para que os estudantes progridam numa carreira concisa e liberal. Desacreditem-se os descrentes, mas a educação avança num bom caminho, o mal único está nestes muitos queixosos que apenas olham para o mal que lhes cabe sem pesarem as consequências reais que se têm vindo a demarcar. São estes cessantes críticos desapaixonados pelo ensino, que sublinham a bold uma mediocridade irreal que apetece dizer: sigam uma qualquer outra paixão!

Assustou-me ler no jornal que os números que assombram este patamar podem ser maiores do que eu poderia prever. Parece que 44% dos docentes não voltaria a escolher a carreira se pudesse optar. Como se optar não fosse uma opção! Parece-me óbvio que numa sociedade liberal como a nossa ainda ninguém é obrigado a nada, temos sempre o poder decisivo de dizer “não”! E que tal optarem por fazerem agora aquilo que parece que fariam à uns anos atrás se pudessem “optar”!? Porque não abandonarem a vida medíocre que parecem viver? Não me lembro de ouvir dizer que a liberdade obriga os infelizes a viverem na infelicidade. Se estes, que ocupam este espaço limitado, se libertassem e decidissem viver outra qualquer paixão que não a infelicidade da educação, poderíamos assistir, com toda a certeza, à melhoria do sistema. Não só porque se abririam alas a apaixonados como eu de viverem uma paixão, como se aboliam os incompetentes desgostosos de mancharem mais o nome da educação.

Não quero generalizar, mas acredito que os protestos dos professores não ressalvam só as condições “menos agradáveis” a que parecem assistir neste momento e sublinho, que obviamente estas condições existem. Eu creio que este estrondoso descontentamento reflecte mais uma introspecção frustrante e indolente de quem vive um karma desolador, de quem tinha muito e ficou com menos. Custa mais perder regalias do que ganhá-las, e verdade é que os professores de antigamente estavam projectados em regalias. Mas peço a estes professores para vislumbrarem um pouco as condições actuais de um qualquer mercado mundial para então perceberem que viver esta profissão é uma das prerrogativas mais magníficas que um ser pensante pode ter. E abracem sim este prazer, porque viver a educação não pode ser apenas só o viver de mais uma profissão, tem de ser o deleite de quem compreende que esta é a esfera da construção individual, pessoal e social e é por isso uma das mais importantes demandas da vida.